Primeiro, tenho de admitir: eu adoro Natal! Desde as decorações, músicas, os filmes bobinhos na TV e a beleza dos presentes… gosto até da ideia de ver neve no natal, apesar de detestar neve, sinto uma certa elegância (no ar) com a ideia de um Natal branco (ou White Christmas, como chamam aqui nos EUA).

Por outro lado, reconheço que passar o Natal longe da familia é difícil, principalmente quando moramos em outro país. Porém, com o tempo, tenho tido a impressão que muitas vezes colocamos um peso maior do que arealidade em feriados com a família, ou festas de fim de ano (de preferência com todos no Brasil) têm.

Mesmo gostando de Natal, sei que muitas vezes fico estressada nessa data. Por muitos motivos: o movimento das compras, lojas cheias, preços caríssimos dos presentes que muitas vezes os compramos mesmo sem poder, o trabalho com a preparação da ceia, encontro com pessoas que muitas vezes pouco falamos durante o ano e conflitos que surgem durante essa época.

Existe uma esperança de se vivenciar momentos felizes ou até de cura de relacionamentos problemáticos durante a semana de Natal, só porque é Natal.

E essa expectativa é ainda mais romantizada se moramos longe, fora do Brasil, o que nos traz um sofrimento ainda maior pois temos a sensação de estarmos perdendo a oportunidade de confraternizar com a familia.  Tudo isso pode causar depressão,  ansiedade, e pior ainda, a sensação de que estamos abandonando a familia ou de estarmos sendo abandonados.

O que é uma grande ilusão. Estar presente em festas de acordo com os calendários nacionais ou religiosos não nos faz pessoas melhores e mais próximos da família. O que nos faz família (seja ‘de sangue’, ou com aqueles que se tornaram próximos), é cultivar amizade, carinho, empatia, compreensão e amor constantemente e não apenas nos feriados.

A forma como nos tratamos no decorrer da vida deve ocorrer todos os dias, todas as semanas do ano, a todo momento, pois querer bem não tem barreiras físicas nem de tempo. Devemos consolidar relações de forma profunda e autêntica (pessoalmente ou por à distância) continuamente e não apenas no Natal.

Por isso, para aproveitar seu natal e os feriados de fim, seja voce cristão ou não, estando proximo ou distante da família, eu listei algumas dicas que podem ajudar muito a enfrentar esses dias com mais consciência e leveza:

#1) Priorize e planeje seu tempo da melhor forma possível, de forma a tornar prazeroso encontrar as pessoas e preparar as confraternizações, sem lhe custar a saúde.

#2) Lembre que relacionamentos difíceis NÃO se resolvem "forçando a barra" para que hajam encontros na noite de natal. Portanto, se precisar resolver questões pessoais com alguém da familia, faz mais sentido que o faça antes das festividades. De qualquer modo, só encontre com aqueles que haja satisfação em encontrar, e deixe os conflitos para serem resolvidos em outra ocasião.

#3) Tire a ideia que tudo precisa ser perfeito, e que todos tem de estar felizes como um filme de TV. O seu feriado e dos que você ama deve fazer sentido pra vocês apenas, sem ter de seguir um padrão que em nada contribui para a felicidade de todos. E isso inclui presentes! Não saia do seu orçamento pra comprar presentes e fazer gastos que só irão estressá-la mais ainda.

#4) Cuide da sua saúde (mental e física). Embora seja feriado no calendário, lembre que seu corpo e sua sanidade mental nunca tiram férias. Continue se exercitando, comendo o melhor possível e evitando excesso de álcool.

Se estiver longe de seus entes queridos, converse todo dia com eles se puder através de vídeo, por exemplo Skype, e participe no que puder mesmo de longe. Esteja sempre em estado de gratidão, pois ter pessoas queridas em qualquer lugar do mundo ja é uma benção, e só por isso, o seu Natal ou feriados valeu a pena.

É importante lembrar nossas famílias sempre do quanto as amamos, abraçá-las não apenas no Natal, mas em todas as oportunidades possíveis.

Por fim, o que resta é estar na companhia daqueles que estão próximos, trocar nossos costumes com os outros e aprender com eles. Esta é uma maneira de nos enriquecer culturalmente. Toda família é diferente, talvez algumas sejam semelhantes, mas não precisamos nos fechar para as mudanças do novo e do bom.

E você, como vai passar esse final de ano? Conta pra gente nos comentários :)